A colheita da soja no Brasil continua enfrentando atrasos significativos.
Até o momento, apenas 8% das lavouras foram colhidas, um número bem abaixo dos 14% registrados no mesmo período do ano passado.
A principal razão para esse atraso tem sido a combinação de falta de chuva e calor intenso, fatores que impactam diretamente a produtividade das lavouras, especialmente no Rio Grande do Sul.
Nesta segunda-feira (3), Quaraí, cidade localizada no extremo sul do estado, registrou uma temperatura recorde de 42,5°C, a maior já registrada no Brasil em 2025, superando os 42,4°C do dia 23 de janeiro, também em Quaraí.
Desafios para a soja e impactos nos preços
A colheita no Brasil segue atrasada. No Mato Grosso, por exemplo, apenas 15 a 16% da área plantada foi colhida, um atraso em relação ao ano passado. Em contraste, a Bahia tem avançado mais rapidamente, especialmente em áreas irrigadas, onde a ausência de chuvas não impacta tanto a produção.
O calor extremo e a seca no sul do país têm levantado preocupações sobre o potencial impacto nos preços da soja. Com a produtividade ameaçada, há risco de redução na oferta, o que pode pressionar os valores da commodity no mercado interno e externo. Analistas já projetam que o Brasil pode exportar até 11 milhões de toneladas de soja em fevereiro, mas esse número pode ser revisado caso os atrasos persistam.
Cenário meteorológico e previsões
No cenário meteorológico, a previsão é que as chuvas continuem afetando a produtividade das lavouras, especialmente no Centro-Oeste e Norte do país.
No Mato Grosso do Sul, as chuvas intensas devem persistir nas próximas semanas. Por outro lado, o tempo mais seco deve predominar no Sul, ajudando a acelerar a colheita no Paraná e em Minas Gerais.
O calor extremo no Rio Grande do Sul deve continuar, com temperaturas podendo ultrapassar os 40°C até quinta-feira. No entanto, uma frente fria deve se aproximar do estado, trazendo chuvas e aliviando o calor intenso.
Perspectivas para as próximas semanas
Nos próximos 30 dias, o cenário deve continuar com chuvas volumosas no norte do Brasil, especialmente na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). No Sul, as chuvas devem se tornar mais frequentes, embora cheguem mais tarde para o Rio Grande do Sul.
Para os estados do Centro-Oeste, como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, as chuvas devem seguir a tendência de volumes moderados, enquanto São Paulo e Minas Gerais terão períodos de maior estabilidade climática.
A expectativa é que, mesmo com o tempo ainda instável, a colheita da soja ganhe ritmo nas próximas semanas, especialmente com a previsão de uma janela de tempo seco na parte final de fevereiro.
No entanto, os produtores precisam se preparar para os desafios climáticos e logísticos que podem influenciar tanto a produtividade quanto os preços da soja nos próximos meses.
Fonte: Canal Rural