Dinteranthus microspermus é uma suculenta anã e sem caule aparente, muito apreciada por colecionadores de plantas do tipo “miméticas” — aquelas que se camuflam no ambiente pedregoso para reduzir a perda de água e escapar de herbívoros.
Classificação científica
- Família: Aizoaceae
- Subfamília: Ruschioideae
- Tribo: Ruschieae
- Gênero: Dinteranthus
- Espécie: Dinteranthus microspermus (Dinter & Derenb.) Schwantes
Sinônimos científicos: Mesembryanthemum microspermum, Rimaria microsperma.
Etimologia
O epíteto específico “microspermus” significa “de sementes pequenas”, referência ao tamanho diminuto das sementes, quase semelhantes a pó.
Origem
Espécie nativa da Namíbia e da África do Sul, ocorrendo em regiões áridas, muito ensolaradas e com solos pedregosos e altamente drenantes.
Planta pequena, sem caule visível, composta por um par de folhas espessas em forma de “barco”, de coloração cinza-esverdeada a cinza-violácea, frequentemente com tons avermelhados. Cresce solitária ou com poucas divisões e atinge cerca de 2,5 cm de altura.
Produz flor solitária, multifoliolada, de coloração amarela ou esbranquiçada (por vezes com ápices avermelhados), geralmente no verão. O fruto é uma cápsula com 6 a 10 lóculos, dotada de amplas asas valvares.
Subespécies
- Dinteranthus microspermus subsp. puberulus
Como cultivar e cuidar
Adultos deste gênero apresentam manejo semelhante ao de Lithops: expansão foliar no verão, florescimento no outono e, no inverno, transferência lenta de reservas para o novo par foliar. Em Dinteranthus, não é incomum encontrar dois pares de folhas ativos em determinadas fases.
Luz
Necessita de muita luminosidade e sol filtrado ou pleno por algumas horas do dia. A luz intensa realça a coloração e mantém a planta compacta. Em interiores, posicione em janela muito clara.
Substrato
Exige drenagem excelente. Utilize mistura muito mineral e arenosa. Sugestão de preparo:
- 3 partes de areia grossa, perlita ou pedra-pomes;
- 1 parte de substrato vegetal peneirado;
- opcional: pedrisco fino para cobertura superficial (top-dressing).
Vaso
Use recipientes rasos, com furos de drenagem. Vasos de barro ajudam a evaporar o excesso de umidade.
Rega
- Primavera/verão: regas muito moderadas e espaçadas, apenas quando o substrato estiver completamente seco em profundidade.
- Outono (floração): mantenha regime parcimonioso; excesso de água prejudica flores e raízes.
- Inverno: rega mínima ou suspensão temporária, conforme umidade ambiente e temperatura.
Dinteranthus requer menos água que a maioria dos Lithops. O encharcamento é a principal causa de perda de plantas.
Nutrição
As necessidades nutricionais são muito baixas. Adubações não são essenciais; se optar, use fertilizante para cactos altamente diluído no início da estação de crescimento.
Manutenção
Plantas envelhecidas e com “pescoço” alongado podem ser decapitadas e estaqueadas para re enraizamento em substrato seco e mineral. Evite ferimentos durante períodos frios e úmidos.
Propagação por sementes
Desafiadora devido ao tamanho microscópico das sementes e à suscetibilidade ao “damping-off”. Para maior sucesso:
- Semear no alto verão em ambiente muito claro e ventilado;
- Usar substrato esterilizado, com muito grânulo mineral e uma fração pequena de turfa apenas para conferir leve acidez;
- Não cobrir as sementes; apenas pressionar levemente contra o substrato;
- Manter umidade apenas por nebulização fina, evitando encharcamento.
Resumo rápido
- Nome científico: Dinteranthus microspermus
- Origem: Namíbia e África do Sul
- Porte: cerca de 2,5 cm de altura
- Folhas: par único, boatiformes, cinza-esverdeadas a cinza-violáceas
- Flor: solitária, amarela ou esbranquiçada, verão
- Substrato: altamente drenante e mineral
- Luz: muita luminosidade; sol filtrado ou pleno
- Água: muito pouca; evitar encharcamento
Para ampliar a coleção, adquira sementes de procedência confiável e siga o protocolo de semeadura acima. Em cultivo adulto, priorize luz abundante, substrato mineral e regas parcimoniosas.