Um estudo recente do Rabobank, liderado pelo analista Guilherme Morya, revela que as exportações de café no Brasil registraram uma queda de 1,6% em janeiro de 2025, com um total de 4 milhões de sacas de 60 kg exportadas.
Embora as exportações de café arábica tenham se mantido estáveis, houve uma redução significativa de 29% nas exportações de robusta/conilon.
Essa queda é atribuída à maior competitividade do café robusta vietnamita, que oferece preços mais acessíveis, além do aumento da oferta com o fim da safra no Vietnã. Por outro lado, as exportações de café solúvel brasileiro apresentaram um aumento de 25% no comparativo anual.
Os entraves logísticos continuam a afetar o setor, com cerca de 1,8 milhão de sacas deixando de ser embarcadas em 2024. Para os próximos meses, a tendência indica um desaquecimento das exportações devido aos estoques reduzidos no país.
No mercado interno, os preços do café continuam a subir. Em fevereiro, a relação de troca entre café e fertilizantes atingiu seu melhor nível desde 2012, com apenas uma saca de café necessária para comprar uma tonelada de fertilizante (mistura 20-05-20), representando uma melhora de 54% em relação ao ano anterior.
A valorização dos preços da commodity tem sido favorecida pela alta das cotações internacionais, que ultrapassaram USD 4,0/lb em Nova York.
No mercado doméstico, os preços do café arábica e conilon aumentaram 8% e 10%, respectivamente, em janeiro, e continuaram a subir em fevereiro, com o arábica alcançando uma média de R$ 2.647 por saca e o conilon, R$ 2.070.
A expectativa de uma safra menor de café arábica para 2025/26 no Brasil, aliada aos estoques reduzidos, mantém o mercado em alta volatilidade.
Fonte: Portal do agronegócio